Como economizar dinheiro para começar a investir? Veja 10 dicas! Economizar dinheiro exige organização e controle financeiro - Shutterstock

Aumentar a renda é um desejo comum a muitas pessoas, mas embora possa parecer complicado economizar dinheiro para investir, pequenas estratégias financeiras podem ajudar a abrir portas para oportunidades de investimento e crescimento patrimonial. Abaixo, especialistas e instituições do mercado financeiro brasileiro trazem dicas e orientações para aprender a poupar e começar a investir o dinheiro com segurança. 

1. Antes de tudo, organize suas finanças

O primeiro passo para economizar dinheiro é conhecer os próprios hábitos de consumo. A Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) orienta registrar os gastos ao longo do mês e categorizá-los por tipo de despesa para identificar áreas em que é possível economizar. A dica é utilizar o método 50-30-20 para organizar as finanças: metade da renda (50%) deve ser destinada às necessidades, 30% aos desejos e 20% à poupança. 

2. Identifique e elimine desperdícios

Após compreender quais são as despesas essenciais e quais são as supérfluas, a Abefin recomenda identificar como é possível reduzir os custos. Entre as sugestões para economizar estão práticas simples, como evitar deixar cômodos vazios com luz acessa e banhos demorados para economizar com a conta de luz; aproveitar as ofertas no supermercado para diminuir os gastos com alimentação; pagar as contas fixas em dia para evitar juros e, quando possível, antecipá-las ou pagá-las à vista para pleitear descontos.

A análise das despesas supérfluas pode representar uma economia ainda maior, já que há aquelas que podem ser eliminadas: assinaturas de serviços raramente utilizados, compras de roupas novas sem necessidade, pedidos de delivery e compras on-line impulsivas estão entre os principais vilões do orçamento doméstico. A recomendação é, antes de decidir comprar algo não essencial, esperar alguns dias e usar esse período para pesquisar o produto e considerar se realmente vale a aquisição.

3. Adote estratégias práticas na rotina doméstica

Fazer uma lista de compras antes de ir ao supermercado evita gastos desnecessários e compras por impulso, como destaca a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – Proteste. A mesma lógica se aplica ao guarda-roupa: verificar o que se tem antes de comprar roupas novas.

Preparar refeições em casa e levar marmita ao trabalho oferece vantagens para o orçamento, comparado ao hábito de comer fora diariamente. Quem trabalha viajando pode pesquisar a melhor tag de pedágio, já que algumas instituições bancárias oferecem gratuidade aos correntistas.

4. Entretenimento sem comprometer o orçamento

Pensar em opções de lazer sem custo também ajuda a poupar. Peças de teatro, shows e exposições com entrada gratuita são opções de entretenimento. Programas ao ar livre também podem entrar na agenda para garantir o lazer mais acessível. Encontrar os amigos em casa, em vez de frequentar bares, pode ser outra alternativa para reduzir os gastos.

5. Estabeleça metas e automatize a poupança

Estabelecer objetivos confere propósito ao ato de economizar dinheiro. Como dica, a presidente da Iarep (International Association for Research in Economic Psychology) Vera Rita Ferreira de Mello sugere escrever as metas num papel e deixá-lo visível, como na porta da geladeira. Essa visualização do objetivo funciona como estímulo motivacional.

Outra alternativa para facilitar o processo de poupar é a automatização da transferência de recursos para conta poupança, já que elimina a possibilidade de esquecimento. Praticamente todas as instituições bancárias disponibilizam depósitos automáticos programados, facilitando a implementação dessa estratégia.

6. Quite dívidas o mais rápido possível

Quanto mais tempo se leva para pagar dívidas, mais dinheiro vai para os juros em vez de fortalecer as economias. Estratégias como os métodos Avalanche ou Snowball podem acelerar o processo de quitação e liberar recursos para investimentos.

O Avalanche prioriza o pagamento das dívidas que apresentam as maiores taxas de juros. A ideia é listar todas as dívidas em ordem decrescente de juros e pagar o valor mínimo de todas, exceto da dívida com o maior juro, para a qual se destina todo valor extra disponível. Após quitar essa dívida, o processo segue para a próxima com maior taxa, e assim sucessivamente, como uma “avalanche” que vai descendo a montanha. É recomendada para pessoas pacientes e disciplinadas, que conseguem manter o foco no longo prazo.

Já o método Snowball, ou “bola de neve”, adota uma abordagem diferente: a ideia é quitar rapidamente as dívidas pequenas para ganhar motivação e impulso psicológico, o que ajuda a manter o comprometimento com o plano de pagamento. Embora essa estratégia possa resultar em pagamento de mais juros no total, pois as dívidas maiores e mais caras demoram mais para serem quitadas, ela ajuda quem precisa de um estímulo emocional para não desistir do processo de quitação.

7. Transforme economia em investimento

Economizar é importante, mas investir é a forma de fazer o dinheiro “trabalhar” e ampliar o patrimônio. Os investimentos apresentam rentabilidade que permite o crescimento do capital por meio de juros compostos, valorização dos ativos e eventuais distribuições de proventos. A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) destaca a importância de conhecer as principais características dos investimentos para dar o primeiro passo como investidor.

8. Conheça seu perfil de investidor

A Anbima também destaca a necessidade de conhecer o próprio perfil do investidor, que pode ser conservador, moderado ou arrojado, refletindo diferentes níveis de tolerância ao risco. Investidores conservadores priorizam segurança sobre rentabilidade, optando por aplicações menos voláteis, mesmo que gerem retornos menores. O perfil arrojado, por sua vez, busca rentabilidade elevada e aceita riscos maiores em troca do potencial de ganhos superiores. O moderado é um intermediário entre ambos.

9. Diversifique entre renda fixa e variável

O universo dos investimentos se divide entre renda fixa e renda variável. Na primeira modalidade estão opções como Tesouro Direto, CDBs e LCIs, que apresentam maior previsibilidade. A segunda inclui ações, fundos imobiliários e criptomoedas, com potencial de retorno maior, mas também mais riscos.

A Anbima alerta sobre a necessidade de compreender a rentabilidade, os riscos e a liquidez dos investimentos para melhor compreensão sobre onde e quanto investir. A orientação é manter uma carteira diversificada, porém alinhada ao perfil do investidor.

10. Mantenha constância nos aportes

Estabelecer uma quantia fixa para investir mensalmente (ou até mesmo anualmente) e seguir esse planejamento é considerado fundamental para obter bons resultados. A disciplina e constância nos aportes favorecem o crescimento do patrimônio e permitem aproveitar melhor o efeito dos juros compostos. Quanto maior o patrimônio, maior pode ser o rendimento obtido com os ativos, acelerando o caminho para conquistar objetivos financeiros de longo prazo.


Raquel Barreto

Raquel Barreto é formada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi. Além de investimentos e finanças, também escreve sobre saúde, beleza,...