
Muitas vezes, mesmo após enfrentar as dificuldades financeiras e prosperar, as pessoas, especialmente as mulheres, encontram novos desafios, dessa vez emocionais. Isso por conta de traumas anteriores e profundos que têm ligação com a mentalidade de escassez. Ou seja, a ideia de que o dinheiro é algo muito escasso e que não se pode conquistar sem sofrimento.
“A relação com o dinheiro também passa por crenças, lealdade à família, ao ambiente, traumas e mentalidade. Mesmo que tudo isso ainda esteja escondido no inconsciente, pode fazer com que alguém não consiga avançar e todo o dinheiro que entra vai embora”, comenta a psicanalista Ana Lisboa.
Um dos principais desafios emocionais que as mulheres encontram na busca pelo sucesso financeiro é o medo de errar novamente, de perder dinheiro e de falhar. “Essa insegurança está ligada a experiências passadas e ao receio de reviver situações de dificuldade”, afirma.
Na etapa seguinte, outro sentimento surge: a culpa. A seguir, entenda melhor sobre esse sentimento e como ele pode atrapalhar o sucesso financeiro:
A culpa no sucesso financeiro
Em muitos casos, mulheres que alcançam um patamar financeiro mais estável se sentem desconfortáveis por estarem em uma posição diferente do restante da família. “Elas começam a se perguntar se é justo terem uma vida mais tranquila enquanto seus parentes ainda lutam para sobreviver. Essa sensação de culpa faz, muitas vezes, elas se autossabotarem para não se distanciarem emocionalmente do seu grupo”, explica Ana.
A especialista destaca, ainda, que a mentalidade de escassez é um dos maiores desafios enfrentados por mulheres que querem prosperar. Esse modelo de pensamento, que vem de experiências familiares e culturais, faz com que muitas acreditem que o dinheiro é algo limitado, que não pode ser conquistado sem sofrimento ou que a prosperidade vem acompanhada de perdas emocionais.
“É necessário um trabalho profundo para ressignificar crenças e entender que o sucesso financeiro não precisa ser um fardo”, reforça Ana.
De acordo com a psicanalista, o caminho para superar essas barreiras envolve consciência e mudança de comportamento. “Reconhecer esses medos e culpas é o primeiro passo para uma relação mais saudável com o dinheiro. Prosperidade não significa abandono de valores ou laços familiares, mas sim a possibilidade de criar um futuro mais equilibrado e seguro para si, e para aqueles que amamos”, conclui.