Parcelamento: entenda condições e benefícios Parcelar as compras sem planejamento pode prejudicar o orçamento - Shutterstock

Parcelar as compras no cartão de crédito é um hábito comum entre muitos consumidores. A prática permite dividir o valor de uma compra em várias parcelas, facilitando o pagamento ao longo do tempo. Contudo, existem diferentes tipos de parcelamentos, com taxas e juros específicos para cada objetivo. Abaixo, a gerente executiva de Marketing, Estratégico & Vendas do setor bancário, Jéssica Konishi, explica a diferença entre eles. Confira:

Parcelamento sem juros

O parcelamento sem juros é quando o consumidor divide o valor de uma compra em várias vezes, mas sem pagar nenhum valor a mais por isso: os famosos juros. No entanto, este tipo de transação não oferece a opção de dividir em um número grande de faturas, com 12 ou 24 vezes, por exemplo. Para Konishi, o ideal é se informar sobre qual é o limite de parcelas sem juros, antes de realizar uma compra.

Parcelamento com juros

Neste modo de pagamento, o consumidor se compromete a pagar um valor extra por dividir uma compra em muitas parcelas. Isso porque, quanto maior o número de parcelas, maior o risco que a instituição corre de que o pagamento não seja honrado. Assim, o estabelecimento decide por cobrar os juros. Por isso, é preciso estar atento ao valor final do produto com os juros somados. Só assim será possível entender exatamente qual será o valor total da compra.

Parcelamento da fatura do cartão

Neste caso, a negociação é feita diretamente com o banco. Após realizar as compras, o consumidor pode sentir que as parcelas estão mais altas do que o seu orçamento. Dessa forma, é possível parcelar o valor da fatura do cartão de crédito para conseguir um alívio no mês.

Neste tipo de parcelamento as taxas de juros podem ser fixadas, o que permite que a quantia em aberto possa ser paga em um prazo maior. Entretanto, Jéssica lembra que o limite total do cartão fica bloqueado e só é liberado aos poucos, conforme as parcelas são pagas.

Cuidados ao parcelar as compras 

O parcelamento, apesar de proporcionar comodidade, também pode trazer prejuízos para as contas e colocar o orçamento financeiro em risco. Um estudo realizado pelo Instituto Locomotiva, em 2023, sobre o perfil dos inadimplentes no Brasil revelou que 60% dos brasileiros acumulam dívidas no cartão de crédito. Em 2022, esse percentual era de 56% e no ano anterior, de 49%.

Portanto, planejar-se financeiramente é fundamental para que o pagamento parcelado do produto ou da fatura não influencie negativamente no orçamento. Para evitar o descontrole com as faturas do cartão, é necessário ficar atento à data final das parcelas. Além disso, é importante evitar que elas coincidam com meses críticos, como dezembro e janeiro, quando é comum ter um gasto maior com férias, presentes, impostos, matrícula escolar, entre outras despesas.

Outra opção para liquidar a dívida do cartão de crédito, sem ter que recorrer ao parcelamento, é o uso de empréstimo. Segundo a especialista, as taxas podem ser mais convidativas, principalmente se o consumidor for aposentado ou pensionista do INSS. “Esta modalidade é uma das mais procuradas, pois os juros são mais baixos do que o parcelamento do cartão e a contratação é facilitada”, finaliza.


Raquel Barreto

Raquel Barreto é formada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi. Além de investimentos e finanças, também escreve sobre saúde, beleza,...