Você já ouviu falar da Oferta Pública de Ações (ou Initial Public Offering – IPO)? Basicamente, ela é um processo pelo qual uma empresa privada oferece suas ações ao público pela primeira vez.
“Por meio de um IPO, a empresa levanta capital ao vender parte de suas ações para investidores do mercado. As ações são então listadas em uma bolsa de valores, como a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) no Brasil, permitindo que sejam negociadas livremente no mercado”, explica Jonatan Werb, sócio da Dutra Advogados Associados com experiência em direito empresarial.
Nos últimos anos, esse mercado está bastante desaquecido, com uma grande pausa nas Ofertas Públicas Iniciais. Outras alternativas têm sido escolhidas em vez delas.
“Nos últimos anos, as operações de fusões e aquisições (M&A) têm se consolidado como uma alternativa atraente para empresas que buscam crescimento e acesso a capital sem os desafios associados aos IPOs”, diz o especialista.
Contudo, mesmo assim, é interessante entender mais sobre o assunto. A seguir, o profissional explica mitos e verdades sobre os IPOs:
Mito 1: IPOs sempre geram altos retornos para os investidores
Verdade: Embora alguns IPOs possam gerar retornos significativos, não há garantia de sucesso. Muitos fatores, como condições de mercado, desempenho da empresa e sentimento dos investidores, podem afetar o resultado de um IPO.
No Brasil, por exemplo, o IPO da Bemobi Mobile Tech S.A. fez com que o preço de avaliação de suas ações caísse 22% no primeiro dia de negociação.
Mito 2: IPOs são apenas para empresas grandes e estabelecidas
Verdade: Empresas de vários tamanhos e estágios podem abrir capital. No Brasil, empresas menores podem optar por um IPO através do Bovespa Mais, um segmento da B3 destinado a negócios emergentes.
Mito 3: IPOs são uma maneira rápida e fácil de levantar capital
Verdade: O processo de IPO é complexo, demorado e custoso. As empresas devem atender a rigorosos requisitos regulatórios, passar por uma extensa due diligence e, além disso, se envolver em esforços de marketing e boa divulgação para atrair investidores.
No Brasil, o tempo médio desde o protocolo até a listagem é de cerca de 5 a 6 meses e o planejamento costuma envolver períodos superiores a 5 anos.
Mito 4: Abrir capital significa perder o controle da empresa
Verdade: Embora a abertura de capital exija o compartilhamento da propriedade com investidores públicos, as empresas podem estruturar seus IPOs para manter o controle. Mecanismos como estruturas acionárias de duas classes podem ajudar fundadores e acionistas-chave a manter o poder de decisão.
Mito 5: IPOs são a única maneira das empresas acessarem os mercados de capitais
Verdade: As empresas têm opções alternativas, como colocações privadas, ofertas de dívida ou fusões e aquisições (M&A).
Agora você já conhece os maiores mitos e verdades sobre os IPOs e pode fazer melhores escolhas sobre questões ligadas a eles.