O décimo terceiro salário é uma gratificação muito aguardada pelos brasileiros no final do ano. A primeira parcela do benefício deve ser paga aos trabalhadores de carteira assinada, aposentados e pensionistas do INSS até 30 de novembro, e a entrada desse dinheiro extra pode ser uma boa oportunidade para se organizar financeiramente.
De acordo com a pesquisa “Panorama Político 2024 — Apostas esportivas, golpes digitais e endividamento”, produzido pelo Instituto de Pesquisa DataSenado, 32% dos entrevistados declararam ter alguma dívida em atraso há mais de 90 dias. O perfil dos mais endividados é de mulheres (54%), chefes de família e com renda de até R$ 2.824.
Além desses, o estudo revelou mais dados preocupantes: das pessoas que disseram possuir débitos pendentes, 38% são os únicos responsáveis pela família e a moradia. Segundo a pesquisa, quase 70% dos entrevistados ganham até dois salários mínimos e 40% moram com cinco pessoas ou mais na mesma residência.
Como usar o 13° salário para organizar o orçamento?
Para conseguir aproveitar o pagamento do décimo terceiro salário com sabedoria, é importante planejar o destino do dinheiro extra. Isso é fundamental para colocar as contas em dia antes do fim do ano e começar 2025 sem dívidas e com o orçamento em ordem.
O CEO da iCred, Túlio Matos, explica que o décimo terceiro deve ser usado, sobretudo, para o pagamento de dívidas. Mas, se não houver contas para pagar, o dinheiro pode ser destinado para a construção de uma reserva de emergência, essencial para lidar com imprevistos sem a necessidade de alterar o orçamento.
“Quem tem pagamentos em atraso deve priorizar aqueles que apresentam os juros mais altos, como cartão de crédito e cheque especial, para evitar comprometimento do orçamento no futuro. Quem não tem débitos pode separar uma parte para começar a poupar ou investir”, orienta.
Além disso, o especialista recomenda que o décimo terceiro seja reservado também para os gastos com as festas de fim de ano. No entanto, é importante não esquecer das contas de janeiro, como IPVA, IPTU e gastos escolares. “É possível pagar antecipadamente essas contas e evitar atrasos. O importante é usar o 13º de forma estratégica, priorizando a estabilidade financeira e o planejamento para o futuro”, finaliza.