Um estudo recente realizado pela Serasa Experian revelou que menos da metade dos empreendedores brasileiros conseguem fechar o mês com as contas pessoais e as contas do negócio no azul. O levantamento mostrou que apenas 42,3% dos empresários conseguem fechar as contas do CPF e CNPJ em dia, enquanto 21,3% estão negativados.
Para sair do aperto, muitos empreendedores acabam usando a maquininha para retirar dinheiro do cartão de crédito. Mas a prática pode acarretar custos elevados para a empresa. Ao realizar essa operação, o usuário tem que pagar a taxa da operação da maquininha e paga ainda os juros do cartão.
“As operadoras de maquininhas cobram uma porcentagem sobre o valor movimentado. Além disso, o montante retirado entra como despesa na fatura do cartão de crédito, sendo financiado com os juros do crédito rotativo caso não seja pago integralmente. Esses juros, frequentemente superiores a 300% ao ano, tornam essa prática uma das mais caras formas de acessar dinheiro”, explica Thales Santana, diretor de relacionamento com clientes, da CardWay.
Problemas fiscais com a maquininha
Além dos custos financeiros, existem implicações legais e contratuais. “As maquininhas foram projetadas para transações comerciais legítimas, e seu uso para transformar crédito em dinheiro pode ser interpretado como uma violação de contrato com a operadora, resultando no bloqueio do serviço e até complicações fiscais”, conta o especialista. Outro risco, segundo ela, é o impacto na saúde financeira do usuário.
A falsa sensação de liquidez pode levar ao uso descontrolado do limite do cartão, criando uma bola de neve de dívidas difíceis de gerenciar. Por isso, Thales recomenda adotar outras medidas para quitar as dívidas. “Para evitar essa armadilha, use alternativas mais viáveis, como empréstimos pessoais, que geralmente oferecem taxas mais baixas, ou a negociação direta com o banco. É fundamental que os consumidores entendam os riscos e busquem opções mais seguras em momentos de dificuldade financeira”, recomenda.