Saiba mais sobre a relação dos jovens brasileiros com o empreendimento - Shutterstock
De acordo com o relatório do Sebrae “Empreendedorismo Jovem Sob a ótica da PNAD Contínua”, publicado em março deste ano, apenas 12,6% da população jovem brasileira (grupo entre 18 e 29 anos) possui um negócio próprio. Apesar de representarem mais de 21% da população economicamente ativa, os jovens respondem por apenas 16% do total de empreendedores no país.
De acordo com Alan Oliveira, mentor de startups e especialista em estratégias para inovação e desenvolvimento de jovens líderes, isso ocorre porque o empreendedorismo ainda não é apresentado como opção real de carreira nas escolas e universidades.
“Quando o jovem tenta empreender, muitas vezes o faz sem estrutura, sem orientação e sem acesso a uma rede de apoio, o que reduz drasticamente as chances de sucesso”, explica. É por isso mesmo que, no Brasil, o número de empresas que nascem e morrem nos primeiros anos passa de 60%.
O relatório também traz outros dados negativos. Segundo ele, por exemplo, mais de 70% dos jovens empreendedores atuam por conta própria e na informalidade, sendo que apenas 27,2% possuem CNPJ registrado.
Como mudar esse cenário
De acordo com Alan, esse cenário não ocorre porque os jovens brasileiros não têm vontade, criatividade e energia para empreender, mas porque falta a eles uma trilha de formação prática.
“Para recuperar o tempo perdido, a mentoria é um dos caminhos mais eficazes para mudar esse cenário, pois aproxima o jovem do mercado real e ajuda a transformar boas ideias em negócios sustentáveis”, explica Alan, destacando um modelo de consultoria que este cenário tem impulsionado no país.
Segundo ele, iniciativas de mentorias individuais ou coletivas podem atuar como ponte entre a juventude e o ecossistema de inovação, combatendo a informalidade e promovendo inclusão produtiva. Além disso, é preciso que a educação dos jovens brasileiros no geral comece a incentivar mais o empreendedorismo, mostrando como ele é possível.
