Sua empresa quebrou? Confira dicas para a sua recuperação Saiba como recuperar uma empresa que quebrou - Shutterstock

Infelizmente, muitas empresas acabam tendo uma vida curta no Brasil. Segundo pesquisa da BigDataCorp, a idade média das empresas ativas é de cerca de 8 anos, com uma taxa de mortalidade crítica nos primeiros cinco. Menos de 1% das empresas brasileiras completam 10 anos de vida.

Os motivos para isso são vários: desde a falta de planejamento até as altas cargas tributárias. E a situação piora porque, quando a empresa quebra, muitos empresários não sabem como tentar recuperá-la. Ainda mais quando não há muito dinheiro para ser usado nisso.

O especialista em recuperação e expansão de empresas Fred Vanitelli diz que, se esse for o seu caso, não é preciso se desesperar, já que dinheiro não é a única solução possível. “Se o negócio vai mal e fatura menos do que gasta, a primeira ação das pessoas é pegar dinheiro no banco e investir na empresa. Mas isso cria um ciclo sem fim, porque não resolve o problema principal, que é entender como tornar um negócio lucrativo”, explica.

Pensando nisso, Vanitelli separou os cinco principais pontos que devem ser seguidos quando um negócio começa a desandar, e como recuperar uma empresa que quebrou sem precisar pegar um empréstimo no banco e se atolar de dívidas:

Criar um diagnóstico do negócio

Desde a concepção, a escolha da praça e do ponto é fundamental. Se você erra nessa decisão, a chance de o negócio quebrar é enorme. Além disso, é preciso sempre ter um planejamento financeiro, tanto em relação aos gastos físicos, operacionais e capital de giro. Outro problema comum é a má gestão financeira, quando o empreendedor tem pouca experiência na área e perde o controle dos gastos.

Então, o primeiro passo é criar um diagnóstico do negócio e entender se ele é sustentável, lucrativo ou se precisa ser ajustado para que você consiga recuperá-lo.

Priorizar as contas

Após fazer esse diagnóstico, é essencial priorizar as contas a serem pagas. “Para isso, eu separo em três categorias – primeiro temos aquelas contas essenciais, que se não forem pagas o negócio para. Em seguida temos as contas que podem ser cortadas, como investimento com marketing ou serviços de terceiros. Por fim, chegamos nas dívidas, mas não adianta se preocupar com isto neste momento, porque antes de tudo precisamos estabilizar as contas e ficar no azul”, diz Fred.

Remodelar o negócio

Às vezes, para recuperar empresa que quebrou, não basta só pensar em vender mais ou gastar menos, é preciso entender se aquele modelo de negócio faz sentido. Independente do segmento, uma coisa é certa: é preciso que o negócio tenha mais entradas do que saída.

“Compreendido o modelo, começamos a pensar na sua reformulação, através de pequenas ações. Neste processo existem micro ações que precisam ser feitas, e a soma destas vai trazer um resultado positivo para as contas”, comenta o especialista.

Essas ações são variadas e podem ser redução do custo operacional, mudanças no quadro de funcionário ou até mesmo troca de fornecedores para diminuir o custo do produto ou serviço.

Otimizar as margens

Existem algumas frentes de custo em um negócio que estão acima da capacidade de negociação, como impostos ou aluguel. Entretanto, em outros setores é possível reduzir este montante para otimizar as margens e ir, aos poucos, colocando uma empresa no azul.

O ponto mais fácil de redução é no CMV (Custo de Mercadoria Vendida), e significa basicamente comprar melhor. E para isto existem duas formas: pesquisando e negociando ou tendo o capital para poder comprar em quantidades maiores.

“Quando falamos de uma empresa que está “quebrada”, logicamente a melhor alternativa é a primeira, tentar negociar um preço melhor com o fornecedor. Outra medida que pode contribuir para esta otimização é a criação de um planejamento de vendas, entendendo o custo do produto ou serviço e a margem que é preciso ter para fazer sentido”, orienta o profissional.

Pensar na dívida

Uma vez que os problemas da empresa diminuem e ela volta a dar lucro, é preciso voltar na parte das contas e pagar aquelas dívidas que deixamos pra depois. “Às vezes a dívida é como o vinho, com o tempo ela fica melhor para se negociar. Depois que passa aquela “raiva” do fornecedor, e chegou em um momento em que ele acha que não vai mais receber, ele pode voltar com uma condição melhor, facilitando o pagamento da dívida”, diz Fred.

Por isso, a comunicação com o fornecedor é extremamente importante. Muitas vezes o problema da dívida não está só no pagamento, mas na falta de um retorno por parte do credor. Quando se explica a situação com clareza, a chance do outro entender o seu lado fica muito mais evidente.


Mayra Cardozo

Mayra Cardozo é formada em Jornalismo e pós-graduanda em Jornalismo Cultural e de Entretenimento pelo Centro Universitário Belas Artes de...