
O amor é algo muito importante – mas as faturas do cartão também. Assim, mais do que apenas alguém para ir junto a restaurantes e dates no geral, seu parceiro deve ser alguém com quem você consiga conversar e decidir como organizar as finanças a dois.
Mais do que uma conversa sobre “quem paga o quê”, a organização financeira conjunta pode representar uma economia significativa. Dá para economizar até R$ 1.092 por mês (R$ 13.104 por ano), apenas ao dividir despesas fixas como aluguel, condomínio e alimentação. Essa é a projeção levando em conta uma simulação baseada em custos médios em grandes centros urbanos, considerando a diferença entre morar sozinho e morar com o parceiro(a).
Contudo, as vantagens não só ligadas à economia de uma certa quantia. Casais que dividem as despesas e conversam sobre o assunto com frequência também têm menos conflitos financeiros.
“Quando o relacionamento evolui, é natural que surja a dúvida sobre como alinhar a vida afetiva com a financeira. Conversar sobre orçamento, despesas e metas é tão importante quanto falar de sonhos e valores. Afinal, dinheiro e sentimentos caminham lado a lado”, pontua Thaisa Durso, educadora financeira da Rico.
A seguir, a especialista explica como fazer essa divisão das despesas e responde uma das dúvidas mais comuns: ter uma conta conjunta ou não? Veja:
Como dividir as despesas com justiça nas finanças a dois
Segundo a especialista, a divisão proporcional à renda costuma ser o caminho mais justo. A lógica parte do princípio de que justiça não é o mesmo que igualdade: um parceiro que ganha R$ 6 mil e outro que ganha R$ 4 mil podem dividir uma despesa de R$ 2 mil em 60% (R$ 1.200) para quem ganha mais e 40% (R$ 800) para quem ganha menos — mantendo o esforço financeiro equilibrado.
Esse cuidado é ainda mais relevante ao considerar dados do 2º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios: as mulheres ainda recebem, em média, apenas 79,3% do salário dos homens no mesmo cargo. Assim, poderia não ser justo dividir 50% das despesas para cada um;
Conta conjunta, separada ou mista: qual o melhor modelo?
Não existe fórmula única, mas uma pesquisa publicada no estudo “Common Cents: Bank Account Structure and Couples’ Relationship Dynamics”, publicado no Journal of Consumer Research (dez/2023), diz que casais que optam por contas conjuntas tendem a relatar maior qualidade no relacionamento nos primeiros anos e menos discussões financeiras.
“Isso ocorre porque o compartilhamento financeiro promove mais transparência e incentiva conversas honestas sobre hábitos de consumo”, explica Thaisa.
Os três modelos principais são:
- Contas separadas: cada um cuida de sua própria renda e contribui para os custos comuns. Exige organização e boa comunicação para evitar conflitos.
- Conta conjunta única: todas as receitas vão para uma conta comum, de onde saem todas as despesas. Estimula o senso de “um só time”, mas pode gerar atritos se não houver liberdade para gastos individuais.
- Modelo misto: cada um mantém uma conta pessoal, mas contribui para uma conta conjunta usada nas despesas fixas do casal. É frequentemente visto como o modelo mais equilibrado, por conciliar autonomia com parceria.