Dívidas: 9 dicas para começar 2025 sem pendências Planejamento é essencial para evitar as dívidas no começo de ano - Shutterstock

Começo de ano é sempre marcado por novas contas a serem pagas. Obrigações financeiras, como IPTU, IPVA, materiais escolares, seguros e despesas fixas, por exemplo, podem pesar no orçamento. Nesse cenário, é importante estar preparado para quitar todas as contas e evitar o acúmulo de dívidas, que podem gerar graves consequências a longo prazo.

Dados da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) disponibilizados pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) relataram um aumento no número de famílias endividadas no Brasil. Segundo o estudo, a proporção de famílias com contas a vencer passou de 76,6% em 2023 para 77% em 2024. Esse crescimento é atribuído ao maior uso do crédito para a realização de compras de fim de ano e das altas taxas de juros. 

Para que não ocorra problemas no orçamento dos meses seguintes e gere dívidas ainda maiores de serem pagas, o educador financeiro João Victorino reforça a importância de todas as contas serem pagas corretamente. De acordo com ele, o planejamento antecipado é essencial para arcar com as contas no início do ano sem ficar no vermelho.  

“As pessoas precisam entender que o ideal é ter um planejamento financeiro que antecede as festas de final de ano, para que possam estar mais preparadas para os gastos que sempre acontecem nos meses seguintes e, assim, se organizarem melhor. Dessa forma, não serão tão impactadas no início do ano, tendo que arcar com diferentes dívidas logo na largada de um novo ciclo”, aconselha. 

Dicas para começar o ano sem dívidas

Para ajudar a evitar o acúmulo de dívidas no começo de ano, o especialista resolveu elencar algumas dicas para quitar as contas e manter as suas finanças pessoais em dia:

1. Faça um diagnóstico financeiro

Antes de tudo, é importante saber exatamente quanto você ganha, quanto gasta e quais dívidas possui. Anote todas as fontes de renda e despesas, desde as contas essenciais (como luz, água e aluguel) até os gastos variáveis (como refeições fora de casa e lazer). Esse diagnóstico permite visualizar em que pé estão as suas finanças e quais pontos precisam de ajustes.

2. Crie um orçamento mensal

Com o diagnóstico em mãos, elabore um orçamento que contemple todas as despesas fixas e variáveis, além de prever gastos sazonais (como IPVA, IPTU e matrículas escolares). Essa ferramenta ajuda a direcionar o dinheiro de forma consciente e a evitar ‘sustos’ ao longo do mês.

3. Use aplicativos ou planilhas de controle financeiro

Utilize ferramentas digitais para gerenciar suas finanças. Existem diversos aplicativos e planilhas que facilitam o registro de despesas e receitas. Isso permite uma visão mais ampla dos seus gastos e ajuda a identificar onde é possível economizar. Se você não tem familiaridade com essas tecnologias, registrar os gastos e recebimentos em um caderno também funciona.

4. Priorize o pagamento de dívidas com juros elevados

Se há pendências com cartão de crédito ou cheque especial, foque nelas primeiro, pois costumam ter as taxas de juros mais altas. Procure renegociar o valor e as condições de pagamento, caso necessário, para reduzir o impacto no seu orçamento mensal.

5. Evite novos parcelamentos desnecessários

Na empolgação das festas de final de ano, muitas pessoas acumulam parcelas para meses seguintes. No início do ano, revise todas as compras parceladas e considere se novos parcelamentos são realmente necessários. Priorize pagar à vista quando possível, pois pode haver desconto, e evita futuras dívidas.

6. Monte sua reserva de emergência

Mesmo que o início do ano seja apertado financeiramente, tente destinar uma parte da renda para a formação (ou reforço) de uma reserva de emergência. Esse valor será fundamental para lidar com imprevistos e evitar a necessidade de recorrer a empréstimos ou crédito rotativo.

7. Estabeleça metas financeiras

Defina objetivos de curto, médio e longo prazos. Por exemplo, quitar todas as dívidas em até seis meses ou juntar uma quantia para a entrada de um imóvel em cinco anos. Metas claras ajudam a manter o foco e a disciplina na hora de controlar os gastos.

8. Invista em educação financeira

Busque livros, cursos on-line (de pessoas confiáveis, sem falsas promessas) ou conteúdos em redes sociais que possam orientar sobre planejamento e investimentos. Quanto mais conhecimento você adquirir, mais fácil será tomar decisões acertadas e equilibradas para o seu bolso.

9. Mantenha um acompanhamento contínuo

Não basta criar um planejamento financeiro apenas no início do ano e deixá-lo de lado. Reserve um momento toda semana ou mês para revisar suas contas, metas e acompanhar os investimentos. Assim, você consegue corrigir rapidamente possíveis desvios e manter a saúde financeira em dia.


Raquel Barreto

Raquel Barreto é formada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi. Além de investimentos e finanças, também escreve sobre saúde, beleza,...