
A restituição do IR é a devolução do valor pago a mais na declaração do Imposto de Renda. Isso geralmente ocorre por causa das deduções do Imposto de Renda realizadas pelos empregadores. Esse dinheiro é devolvido em lotes aos contribuintes, conforme o calendário de pagamentos definido a partir da data de transmissão da declaração, respeitando as prioridades definidas em lei (idosos, portadores de doença grave ou deficiência física ou mental e professores). Ou seja, quem enviou sua declaração mais cedo, receberá mais cedo.
No dia 24 de janeiro de 2025, a Receita Federal liberou a consulta do lote residual de restituição do IRPF de janeiro de 2025, no valor total de R$ 864.839.095,60, que foi creditado em diversas instituições no dia 31 de janeiro. Dentro desse valor, uma parte é destinada a contribuintes com prioridade legal, como idosos e pessoas com deficiência, enquanto outras são para aqueles que usaram a Declaração pré-preenchida ou optaram pelo recebimento via PIX. Caso o valor não seja resgatado em um ano, deverá ser solicitado pelo Portal e-CAC da Receita Federal após esse período.
O que fazer com o dinheiro da restituição do IR
Existem várias oportunidades para investir o valor da restituição do IR. O analista de research da Rico, Antônio Sanches, explica as melhores formas de usar esse dinheiro extra. “Uma das melhores recomendações para quem recebe um dinheiro extra é a quitação de dívidas ou amortizações. Dificilmente você encontrará investimentos seguros que superem os juros de dívidas contraídas no seu banco como cartão de crédito (rotativo está em torno de 450% ao ano e parcelado 171% ao ano) ou cheque especial (em torno de 136% ao ano)”, diz.
Quitação de dívidas
Usar sua restituição do IR para quitar suas dívidas pode ajudar bastante a organizar sua vida financeira. Veja abaixo o exemplo de rendimento de um ano aplicado no Tesouro Selic, contra uma dívida do mesmo valor no cheque especial:
Tesouro Selic (líquido de IR) | Dívida: Cheque Especial | |
valor inicial | R$ 1.000,00 | -R$ 1.000,00 |
taxa | 13,25% ao ano | 136% ao ano |
valor após 1 ano | R$ 1.105,75 | -R$ 2.360,60 |
valor após 2 anos | R$ 1.232,53 | -R$ 5.572,42 |
valor após 3 anos | R$ 1.383,61 | -R$ 13.154,23 |
“A única exceção a essa recomendação é caso os juros da dívida sejam menores do que o juros do investimento no Tesouro Selic. Isso pode ocorrer, por exemplo, em financiamentos imobiliários com boas taxas. Nesse caso, o custo do seu empréstimo poderia seria menor que o rendimento conseguido no tesouro Selic”, comenta Antônio Sanches.
Não tenho dívidas, onde investir?
Se você não possuir dívidas, o primeiro passo é criar sua reserva de emergência. Esse valor ajudará a manter você preparado para os imprevistos, diminuindo assim as chances de você contrair uma dívida que não estava planejada.
Uma boa notícia é que, com a atual taxa de juros, você será bem remunerado para criar essa reserva, com um baixo risco de investimento. O Tesouro Selic, rendendo atualmente 13,25% ao ano (consideravelmente mais que os pouco mais de 7% ano da poupança), é uma boa recomendação para a sua reserva de emergência. Principalmente por contar com um resgate em 1 dia útil, ideal para emergências e oportunidades.
Previdência privada
Uma alternativa para quem busca maior dedução do imposto de renda é a Previdência Privada. O investimento em previdência privada do modelo PGBL permite ao investidor deduzir até 12% da sua renda bruta anual tributável na declaração de imposto de renda, para aqueles que a fizerem pelo modelo completo de declaração.
Ao investir nesse plano, você pode contribuir mensalmente ou sem uma periodicidade definida, e o valor investido é aplicado em uma carteira de ativos financeiros, como ações ou títulos de renda fixa, dependendo da política de investimento do fundo.
Como investir em um PGBL?
- No mercado, existem várias opções de previdências privadas. Compare taxas, rentabilidade e condições;
- Depois você poderá escolher seu plano, se na modalidade PGBL ou VGBL. No entanto, apenas com o tipo PGBL é possível deduzir até 12% da renda bruta tributável;
- Além disso, você poderá indicar beneficiários para o plano, mas essa indicação não é obrigatória,
- Em seguida é possível escolher o valor inicial a ser aplicado. Geralmente as previdências têm um valor mínimo para investimento. Defina o valor e a frequência das suas contribuições (recorrentes ou esporádicos).
Como funciona a dedução no Imposto de Renda?
- Declaração: ao fazer sua declaração de Imposto de Renda, você deve informar as contribuições feitas para o PGBL na ficha “Pagamentos Efetuados”. É importante que o plano esteja em seu nome;
- Limite de dedução: você pode deduzir até 12% da sua renda bruta anual tributável. Por exemplo, se sua renda bruta é de R$ 100.000, você pode deduzir até R$ 12.000 das suas contribuições ao PGBL,
- Restituição: ao deduzir o valor das contribuições, você pode reduzir a base de cálculo do seu Imposto de Renda, o que pode resultar em uma restituição maior. Se você pagou mais imposto do que o devido, a Receita Federal devolverá a diferença.
Tributação
- Tributação: o PGBL é tributado na hora do resgate, com base na tabela progressiva ou na tabela regressiva, dependendo da sua escolha no momento da contratação. Na tabela progressiva, as alíquotas variam de 0% a 27,5%, enquanto na tabela regressiva, as alíquotas diminuem conforme o tempo de permanência no plano,
- Planejamento: investir em um PGBL pode ser uma excelente forma de garantir uma aposentadoria confortável e, ao mesmo tempo, otimizar sua carga tributária, porém é importante planejar suas contribuições e entender como a previdência se encaixa nos seus objetivos financeiros.