
A desigualdade de gênero está em diversas áreas da sociedade, mesmo nos dias de hoje. E uma das questões mais comentadas nesse sentido é a luta feminina pelo fim da desigualdade financeira, uma vez que historicamente os homens praticamente sempre tiveram uma renda maior e, com isso, maior independência financeira.
Porém, será que esse problema ainda existe mesmo? De acordo com um levantamento feito pela Ipsos, empresa líder em pesquisa de mercado, para o Dia Internacional da Mulher 2025, sim, e pelo menos no Brasil muitas pessoas ainda acreditam que os homens têm mais oportunidades do que as mulheres.
A pesquisa ocorreu em parceria com o Kings’ College de Londres, entre os dias 20 de dezembro de 2024 e 3 de janeiro de 2025. Foram entrevistadas 23.765 pessoas on-line, sendo aproximadamente 1.000 no Brasil, com idades entre 16 e 74 anos.
Globalmente, responderam a esta pesquisa 4.861 adultos on-line da Geração Z com idade entre 18 e 28 anos, incluindo 2.243 homens e 2.618 mulheres. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.
De acordo com o estudo, 41% dos brasileiros acham que os homens têm uma maior probabilidade de obter uma renda alta do que as mulheres. Apenas 5% acreditam no contrário, ou seja, que a probabilidade seja maior para mulheres. Além disso, uma parte considerável dos brasileiros (41%) acredita que papeis de liderança na vida pública são mais prováveis para homens.
Isso sem contar que uma boa parte dos brasileiros também entende que a educação superior está mais acessível para homens. Em todas essas questões, a visão global já é um pouco mais dividida. Tudo isso mostra como, no Brasil, ainda há muito para se evoluir para chegar à igualdade financeira.
“A luta pela igualdade financeira ainda é um caminho longo a ser percorrido, e requer mudanças significativas e mais ágeis para que as futuras gerações ainda possam ter os mesmos direitos na vida profissional e pessoal”, comenta Priscilla Branco, gerente sênior de Reputação Corporativa e Opinião Pública da Ipsos no Brasil.
Igualdade financeira no futuro
A pesquisa também explorou o que os brasileiros e pessoas por todo o mundo pensam sobre o futuro nesse sentido. Segundo o levantamento, alcançar a igualdade entre homens e mulheres é uma prioridade pessoal para duas em cada três pessoas (68%) ao redor do mundo.
No Brasil, esse sentimento é ainda mais forte, com 69% dos entrevistados considerando a igualdade de gênero de extrema importância. As mulheres brasileiras (74%) demonstram um compromisso particularmente elevado com essa causa, em comparação com 64% dos homens.
A maioria dos brasileiros (54%) também acreditam que as mulheres que hoje são jovens terão uma vida melhor que suas mães, com menos desigualdade financeira. Porém, para que isso ocorra, ainda é preciso continuar evoluindo.