Educação financeira: veja como falar de dinheiro com as crianças Educação financeira é importante ferramenta para controle das finanças pessoais - Shutterstock

Ensinar educação financeira para crianças desde cedo pode ser um diferencial significativo na formação de adultos mais conscientes, responsáveis, equilibrados e cuidadosos em suas decisões. Esse envolvimento ajuda a desenvolver uma relação saudável com o dinheiro, criando uma base sólida para uma vida financeira estável e sustentável.

Para Taís Magalhães, planejadora financeira da SuperRico, o aprendizado financeiro deve acontecer tanto em casa como nas escolas. De acordo com ela, a educação financeira pode ser introduzida de maneira lúdica. Ou seja, com atividades práticas que simulem decisões reais, como fazer lista de compras, calcular descontos ou planejar economias.

 “A ideia é que as crianças vivenciem situações próximas do dia a dia, para que possam consolidar o conteúdo de forma prática. Ensinar as crianças a lidar com dinheiro vai muito além de simples cálculos. Trata-se de prepará-las para lidar com a realidade da escassez de recursos e de aprender a fazer escolhas inteligentes, que são necessárias tanto para o dinheiro quanto para outros aspectos da vida, como tempo e atenção”, afirma. 

Como ensinar as crianças sobre educação financeira?

Uma forma de ensinar educação financeira para as crianças é incluí-las nos assuntos financeiros da família. “Participar de decisões financeiras da casa, como o planejamento de uma viagem ou a compra de um presente caro, é uma forma de mostrar a importância de economizar e planejar”, indica a especialista. 

Além disso, celebrar as conquistas financeiras em família ajuda a criar uma imagem positiva. Isso faz com que as crianças vejam isso como algo desafiador, mas recompensador. “Quando os pequenos aprendem, por exemplo, a diferença entre desejo e necessidade, ficam mais propensos a desenvolver habilidades essenciais para a vida adulta”, destaca Taís.

Um dos maiores desafios é ensinar que os recursos são limitados. “As crianças precisam compreender que não poderão ter todos os brinquedos ou fazer todas as viagens que desejam, e que essa é uma realidade natural da vida”, explica a planejadora. Esse ensinamento é essencial para que aprendam a lidar com frustrações de forma saudável e desenvolvam a capacidade de priorizar o que realmente importa. 

Ao entenderem a importância de fazer escolhas mais inteligentes e conscientes, as crianças aplicam esse raciocínio não só à gestão financeira, mas também a outras áreas da sua vida, como a gestão do tempo, onde aprendem a valorizar as atividades que trazem mais significado, e nas relações pessoais, onde passam a compreender a importância do equilíbrio, da paciência e do respeito.

Evitando erros comuns

Evitar certos erros ao falar de dinheiro com as crianças é crucial para o seu desenvolvimento financeiro e emocional. Tratar o dinheiro como um recurso ilimitado ou desvalorizar o esforço necessário para ganhá-lo pode levar a uma educação que cria crianças sem consciência do valor do trabalho. Por outro lado, incutir um medo excessivo da falta de dinheiro pode gerar uma relação problemática na vida adulta, levando a comportamentos de apego excessivo ou a gastos impulsivos, como forma de compensar traumas emocionais.

A coerência entre o discurso e o exemplo dado pelos pais também é essencial. “Pais que falam sobre poupança, mas mantêm hábitos de consumo descontrolados, não conseguem ensinar uma lição consistente. O equilíbrio é essencial, mostrando às crianças que é possível desfrutar da vida sem depender exclusivamente do dinheiro”, comenta Taís.

A educação financeira infantil vai além da gestão de finanças. Trata-se de ensinar sobre escolhas, vida e futuro. Tanto as escolas quanto as famílias desempenham um papel fundamental na formação de crianças que crescerão preparadas para enfrentar os desafios financeiros e as responsabilidades da vida adulta. “O futuro financeiro de uma criança começa com pequenas escolhas no presente”, finaliza a planejadora financeira.


Raquel Barreto

Raquel Barreto é formada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi. Além de investimentos e finanças, também escreve sobre saúde, beleza,...